quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

PRA SEMPRE.


Vanessa era muito pequena quando seus pais se separaram. Ela via o sofrimento de sua mãe, noites acordada chorando e dias de muito esforços para sustentar e criar sozinha suas filhas. O pai, um irresponsável, saía por aí como um adolescente e engravidava moças que mais tarde também seriam deixadas para trás.
Ainda muito nova Vanessa se envolveu com um rapaz que tinha namorada, assistia todas as enganações, mentiras e falsidades. Descobriu que a moça estava grávida, cansou de fazer parte daquilo, não era o que ela queria para a sua vida.
Cresceu acreditando que o amor não existia, que deveria viver só, pensar apenas na sua vida profissional, que em todo relacionamento havia necessariamente traição e que nada duraria por muito tempo, era só o tempo de descobrir quem era a outra pessoa.
Presenciava diariamente as brigas de sua irmã com o namorado. Ele era infantil e deixava sua mãe interferir e tomar todas as decisões dele, isso fez acabar um namoro de mais de seis anos. Em pouco tempo ela conheceu outra pessoa, se apaixonou, em cinco meses foram morar juntos, vivem muito bem, estão muito felizes, se respeitam acima de tudo e se amam verdadeiramente.
Agora um pouco mais velha Vanessa sentia vontade de viver como sua irmã, sentia necessidade de acreditar nas pessoas, não queria ser alguém amarga e sozinha como sua mãe. Conheceu uma pessoa muito especial, que a tratava com muito carinho, dava atenção e não sabia por quê confiava nele, adorava conversar e sentia-se bem com ele. Começaram a namorar, se divertiam bastante, eles eram parecidos, gostavam de algumas coisas em comum, tinham os mesmos amigos... Mas ela havia confundido as coisas, ele era apenas seu melhor amigo e não sabia mais como voltar atrás sem machucá-lo. Tantou explicar isso para ele um milhão de vezes, mas ele não queria ouvir, ela queria mudá-lo, mas não poderia fazer isso. Terminou o namoro, ele não aceitava, mas não era justo com ele continuar se ela não poderia correspondê-lo, queria que ele fosse feliz e além do mais ela estava apaixonada por outra pessoa.
Essa outra pessoa tinha aparecido devagar, estava passando por dificuldade e Vanessa queria ajudá-lo; ela tinha muitos amigos, mas por nenhum tinha sentido aquele desejo descontrolado de estar perto, de ouvir a voz, de abraçar... Conversavam muito, ela ajudou a superar a tristeza que ele estava sentindo e haviam se tornado muito importante na vida um do outro. Não conseguiam mais passar um dia sem se falar, eram coisas bobas que a faziam rir horas e horas, sua mãe nunca tinha visto ela tratar um pessoa tão bem, ela ,às vezes, costumava ser grossa e mal humorada, mas com ele era diferente, ela só ria, ria que ficava com a mandíbula doendo. Ela acordava pensando nele, passava o dia pensando nele, todas as músicas faziam lembrar dele, o telefone não podia tocar que ela imaginava que fosse ele, dormia pensando nele, sonhava com ele, se sentia a pessoa mais feliz do mundo quando estava com ele.
Estava definitivamente AMANDO, é, descobriu que o amor existia sim, e que era a melhor coisa que ela já tinha sentido em toda a sua vida. Eles eram diferentes, ela era uma menina, mas que apesar disso já sabia o que queria para sua vida, tinha seus objetivos, pensava em trabalhar, construir uma vida profissional; e ele era um homem, que já trabalhava, que tinha sua vida feita, e que acabara de sair de um relacionamento de muito tempo.
Ela não conseguia pensar em mais nada, estava feliz demais, ele era tudo que ela queria. Maduro, clássico, divertido, carinhoso, maravilhoso, cheiroso, inteligente, sabia se sair bem em todas as situações, determinado e o principal, acreditava no AMOR PRA VIDA INTEIRA. Parecia que estava sonhando, mas era real. E ela voava, lutaria até quando pudesse para tê-lo em sua vida.