quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Trovão


A chuva batia na vidraça do quarto, ainda estava escuro quando Lísia percebeu que era 10 horas da manhã. Levantou de sobresalto a parte de cima do corpo, mas manteve-se sentada, tinha que levantar, ouviu trovejadas e exitou, o que queria mesmo era voltar a dormir, o clima era favorável à isso e aquela friozinho convidava a deitar.
Enquanto pensava percebeu que havia passado vinte minutos e estava ainda mais atrasada. Correu para o banheiro, escovou os dentes, tomou um banho rápido, vestiu-se e correu para o trabalho. As ruas estavam todas alagadas, acabaria todo o carro, ela se sentia solitária, havia dormido tarde, assistindo o velho seriado que era seu único companheiro.
Continuava chovendo muito forte, nunca tinha ouvido trovões tão fortes. Quando pequena ela morria de medo, mas agora achava até engraçado. As amigas comentavam como era gostoso aquela chuvinha embaixo do cobertor com o marido, ela ria, dizia que de pé gelado bastava o dela, que o Ralf era muito mais quentinho. Mas por dentro, sentia a imensa "inveja das solteironas".
Chegou atrasada mais uma vez, seu chefe, um barrigudo enjoado, fez a mesma ladainha de sempre, ela estava enfadada, queria jogar tudo para cima e ir sair correndo com os pés na lama, mais uma vez suprimiu os seus desejos, sentou-se na mesa e começou a organizar seus papéis.

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