sábado, 27 de dezembro de 2008

Redação: Carta de Feliciana.

Caxias- MA, 15 de agosto de 19(ninguém sabe direito a data)...
Querido Antônio,
Há muito tempo tenho adiado escrever-te para contar o quanto lhe estimo. Desde criança quando fui à mercearia de seu pai comprar feijão e você, não sei se por falta de atenção, destino ou de propósito embrulhou num papel em que havia o poema 'Olhos verdes'. Várias vezes fiquei ao espelho para analisar os meus, e eles até que eram esverdeados ao sol. Maria Luíza tentou me mostrar que não, mas não me convenci.
Acompanhava todos seus passos pela janela de minha casa, admirava seu gosto pelas letras, vi todas suas partidas para viagens que eu não sabia se teriam volta e sofria todas as vezes com a mesma intensidade. Porém, a alegria quando você voltava era maior e mais forte. Ficava imaginando coisas para te dizer quandonos encontrássemos e sonhava com que você dissesse que já havia notado e que sentia o mesmo por mim.
Não pude evitar que pelas suas andanças você conhecesse outras pessoas e até se apaixonasse. Soube de cada namoro seu, acreditava que eram passageiros e que você voltaria e eu teria a oportunidade de te fazer feliz, por isso negava-me ao noivado que meu arrumara. Passei toda minha vida esperando por você, e vou estar no Porto quando você chegar. Se você não estiver preparado, esperarei o tempo que for necessário.

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